O que você vai ver aqui:
Ser transsexual aqui no Brasil ainda é, infelizmente, “motivo” pra violência física e psicológica sem fim. Já passou da hora de falarmos mais sobre o assunto e evitarmos que esse tipo de situação aconteça pra que as pessoas trans e não-binárias tenham o respeito que merecem.
Afinal, a gente sabe que o conhecimento é o melhor caminho pra aprendermos que identidade de gênero não é uma escolha! Ainda tem dúvidas sobre o tema? Então vem comigo desconstruir mais um tabu que impede milhões de pessoas trans e não-binárias de serem acolhidas na sociedade.
O que é a transexualidade?
Quando falamos sobre transexualidade, nos referimos ao modo como alguém se reconhece com o próprio corpo, entendendo que o sexo biológico não é compatível com o gênero que ela se identifica.
Isso significa que a pessoa não reconhece o pênis ou a vagina que faz parte do seu corpo como fator determinante pra dizer se ela é do gênero masculino ou feminino.
Podemos dizer que, ao aprendermos mais sobre a transexualidade, saímos dessa visão fechada de mundo em que se foca apenas em “homem” como sinônimo de “ter pênis” ou “mulher” como “ter vagina”.
A transexualidade nos lembra de que a nossa essência e quem somos está em nosso interior, e não sob as expectativas que a sociedade estabelece pra nós.
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Como é o processo de identificação?
Isso tudo nos leva a entender porque muitas pessoas têm dificuldades pra aceitar o próprio corpo desde os primeiros anos de vida. Portanto, a pessoa trans pode vivenciar alguma das seguintes situações durante seu processo de identificação:
- Nasceu com um corpo do sexo masculino, mas se reconhece como mulher transgênero;
- Seu corpo é biologicamente feminino, mas se reconhece como homem transgênero;
- Nasceu com o sexo biológico masculino ou feminino, mas não se reconhece nem como mulher ou homem, e sim como não-binário.
Percebe como a questão trans é delicada e esbarra em vários preconceitos ao mesmo tempo?
Como já aprendemos aqui no blog, a identidade de gênero está associada a fatores sociais, culturais e históricos que estão sempre em movimento, adaptando-se às novas realidades que a sociedade percorre.
Qual a diferença entre transexual, transgênero e travesti?
Apesar de muita gente acabar diferenciando transgêneros de transexuais com base na realização da cirurgia de readequação genital, essa não é a forma certa de fazer a diferenciação entre os termos. Até porque essa não é a única maneira de definir eles.
No caso de transexuais, ela é uma expressão que denomina pessoas que não se sentem pertencentes ao gênero biológico atribuído por suas características de nascimento.
Já o termo transgênero é mais amplo, sendo utilizado pra indicar todos os indivíduos que não se identificam com seu gênero biológico.
O uso de cada um é muito mais por uma questão de escolha e autoidentificação, então é importante perguntar pras pessoas como elas se enxergam e sentem.
E as travestis?
Agora, quando falamos de travestis, a história muda. Essa é uma identidade muito mais política e de representatividade latina, sendo que nem todas as travestis precisam se identificar como mulher, com algumas se identificando somente como travesti.
Por isso, o termo não é pejorativo, sendo utilizado pra definir as pessoas que usam pronomes femininos e performam feminilidade, mas que não necessariamente se identificam como mulher dentro do padrão imposto pela binaridade.
E já que estamos falando sobre a transsexualidade, aproveite pra dar uma olhada em 20 frases pra não se dizer a uma pessoa trans e dar um xô na transfobia!
Cis e trans: qual a diferença entre os termos?
Aqui é simples diferenciar as duas nomenclaturas, afinal, os cisgêneros são aquelas pessoas que se identificam com as características biológicas do seu nascimento.
Um exemplo pra deixar mais fácil o entendimento: uma pessoa que nasceu como mulher e se identifica com o gênero feminino.
No caso das pessoas trans, elas não têm essa identificação com o seu sexo biológico.
Quando surgiu o termo transexualidade?
A primeira menção ao termo “transexual” vem da contribuição do médico endocrinologista Harry Benjamin, em 1953.
O norte-americano passou a diagnosticar com essa denominação as pessoas que desejavam trocar de sexo, mesmo quando o corpo estava saudável, pois alegavam não se identificar com a própria estrutura corporal.
Masss, o contexto do surgimento da transexualidade tem como pano de fundo uma visão super preconceituosa!
Quando finalmente se reconheceu a existência da transexualidade, a comunidade médica passou a lidar como uma doença que devia ser tratada a todo custo. Uma demonstração bem óbvia de que as pautas abordadas pela educação sexual são bem recentes em todo o mundo.
Por que a transexualidade não é doença?
A transexualidade não é doença, não tem nada de errado no funcionamento do corpo da pessoa trans. O seu direito em ser reconhecida pela sociedade como pertencente a outro gênero tem origem no modo como ela mesma se enxerga e se comporta.
Infelizmente, a noção de que gênero é uma construção social e não ser definido pelo aparelho reprodutor ainda é recente em nossa história. E quando consideramos o posicionamento de grandes instituições, a evolução da pauta é ainda mais lenta!
Somente em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) orientou a retirada da transexualidade da seção de patologias do Código Internacional de Doenças (CID).
Sim, você leu exatamente isso: a mudança ocorreu apenas em 2018, em pleno século XXI! Por isso, faz sentido todas as lutas e reivindicações que o movimento LGBTQIAP+ vem realizando nas últimas décadas.
É preciso tirar a invisibilidade dessa pauta e trazer pro nosso cotidiano, assim conseguimos falar sobre sexo, prazer e saúde sem medo ou baseando-se em mitos.
Você sabe o que é a transição de gênero?
De forma resumida, a transição de gênero é a solução encontrada pra pessoa trans que quer adequar seu corpo ao padrão do gênero com o qual ela se identifica.
Nas entrelinhas, isso significa que existem uma série de procedimentos médicos e judiciais que podem auxiliar as mulheres e os homens trans a viverem com mais saúde física e mental, além de facilitar a sua socialização.
Então, a transição de gênero ocorre quando a pessoa trans decide:
1. Realizar mudanças reversíveis
Consiste em adotar um estilo visual com roupas e acessórios geralmente reconhecidos como masculino ou feminino, de acordo com o gênero que a pessoa trans se identifica.
Essas mudanças reversíveis também podem incluir estilizar o corte de cabelo, usar maquiagem e escolher o seu nome social, exercendo o seu direito previsto em Constituição!
2. Optar por mudanças parcialmente reversíveis
Nesse momento, as mudanças acontecem não somente na escolha de roupas e cosméticos. As ações parcialmente reversíveis também ocorrem no funcionamento do organismo da pessoa transgênero.
Um exemplo disso é o efeito que a terapia hormonal feita com orientação médica capacitada tem, regulando os níveis das substâncias que o próprio corpo produz.
Além disso, existe a possibilidade de oficializar a mudança de nome em documentos oficiais pra que seja reconhecida judicialmente a troca de gênero. Exerça os seus direitos!
3. Buscar mudanças irreversíveis
A evolução da medicina tornou capaz a invenção de procedimentos seguros que modificam os órgãos sexuais da pessoa trans conforme o sexo biológico que ela se identifica.
Cirurgias como vaginoplastia, neofaloplastia, mastectomia e histerectomia são comuns nessa etapa. Uma informação que vale a divulgação: o Ministério da Saúde oferta gratuitamente o processo chamado Transexualizador pra todos os brasileiros!
Por meio do SUS, é possível receber acompanhamento de diversos especialistas e amparo pra realizar os procedimentos cirúrgicos.
O Ministério da Saúde informou que “desde 2008 oferece o processo transexualizador pelo SUS”. Esses procedimentos incluem acompanhamento multiprofissional e hormonioterapia. Pra procedimentos cirúrgicos, a idade mínima é de 21 anos.
Após a cirurgia, deve ser realizado um ano de acompanhamento pós-cirúrgico. Depois disso, o cuidado em saúde deve ser prestado pelos serviços da rede de saúde, conforme a necessidade do usuário.
A bandeira do orgulho transgênero: como ela é?
A bandeira que representa o orgulho transgênero é composta de cinco linhas coloridas:
- Azul: ela foi escolhida porque é usada normalmente pra representar o gênero masculino;
- Rosa: assim como o azul, também é comum usar o rosa pra representar o gênero feminino;
- Branco: a cor branca é usada pra simbolizar aquelas pessoas que não se adequam a nenhum desses gêneros ou estão em transição.
Um símbolo como esse é super importante pro movimento, ajudando a representar as lutas e reivindicações das pessoas trans.
Viu só como esse assunto é importantíssimo de ser discutido? Afinal de contas, é exatamente com diálogo e conhecimento que a sociedade em que estamos inseridos irá ser transformada.
Precisamos falar desse e diversos outros assuntos relevantes, como a Pansexualidade, pra conseguirmos quebrar os tabus e tornar o mundo mais inclusivo! Te espero no próximo post.
Até lá!
A “Diversidade” vem postulando direitos e, na questão da Transexualidade, ao meu ver, falta o acesso à hipnose para regressão a fase intrauterina e por conseguinte a memória fetal! Digo isso porque todos nós (eu e meus irmãos) fomos aguardados do gênero feminino e, na concepção física! Numa época sem USG, para saber o “sexo do bebê”! Os que casaram, em relação aquela máxima “sim, senhora” vão além disso: com ela, como que até “determinando” os dias de transarem Já, outrora, uma tia nossa, em que falávamos sobre ausência de próstata, se era a situação de um dos irmãos casados, ai eu disse talvez não porque tem a prole!!! Como ela era de falar de sexualidade, imagino a “saia justa” na conversa com meu irmão! Um dos meus irmãos, além de trejeitos femininos, chegou a ser um homo passivo de muitos parceiros e disse que “operou” a próstata e que estaria já bem “fragmentada” a glândula!!! O meu exemplo, possa avalizar minha sugestão de priorizar a memória fetal, na avaliação para começar (ou não) o procedimento da Transexualidade: na pré adolescência até paquerei uma colega que nem precisou “desenhar” que não corresponderia, ao beijar colega nosso, no portão da casa em que morava! Já a minha primeira ejaculação foi motivada pela atração que as pernas de um colega (cor de jambo) me despertou! Mais adiante, colegas de trabalho, homens, vinham conversar comigo e até um dos meus irmãos casados, começou a me telefonar, assim que fui morar sozinho e disse: “Teu corpo viril com pelos e voz grossa, porém o único irmão que percebeu tua feminilidade no conversar tenha sido ele”! Na Faculdade, 27 anos e virgem “geral”, foi um colega que até já havia sido noivo, sugeriu namoro (embora, poucos comentem, há homens que se “candidatam” a iniciar outro homem)! E foi no quarto dele, na casa dos pais, que ele penetrou. O prazer que senti, na iniciação, foi mais fisiológico: carícias dele e beijos, me acenderam, mas não que eu estava ansioso pelo momento (afinal teria iniciado a vida sexual, bem antes)! Em relação ao meu irmão homo, eu nunca tive sexualidade aflorada por homem. Inclusive quando comentam que bissexuais buscam travestis para penetra-los, já em relação a mim ouvi “deles” depois de conversar, aquele momento de homem desestressado e se “chega”, para começar preliminar!