Conto Erótico: Meu desejo é você!

Mulher deitada na cama

Você por acaso já sentiu um desejo tão grande por alguém, mas tão grande, a ponto de não conseguir esperar chegar em casa para se aliviar? Um tesão tão absurdo, daqueles capazes de te fazer enxergar todas as cores de uma forma vibrante enquanto estremece as pernas?

Pois bem… é desse jeitinho que me sinto hoje.

Na verdade, me sinto assim já há algum tempo, mas tudo foi acumulando de uma forma que aqui estou eu… divagando sobre uma pessoa que mal conheço.   

Já no ônibus, indo para casa, deito minha cabeça na janela enquanto suspiro de cansaço. Até que avisto ele novamente, caminhando pela rua, dessa vez falando no celular. Forte, alto, reservado. O nó de sua gravata poderia dizer muito sobre sua personalidade. Sua barba estava sempre impecável, seu andar era firme, preciso. Ele deve ser muito bom no que faz.

Não consigo mais parar de pensar nele. A cada vislumbre diário que tinha dele, passando naquela esquina, naquela mesma hora, todos os dias, mais curiosa eu ficava. Preciso senti-lo. Preciso voltar para casa com o seu cheiro grudado em mim, em minhas roupas e memórias. Quero perder o fôlego, só que sem compromisso. Não há necessidade alguma em sabermos os nomes um do outro. Só quero que ele me faça queimar toda por dentro de prazer.

Há tempos desejo, pela mesma janela, seu corpo, seus beijos e carinhos.

Não quero romantismos. Nada de flores, cortejos, paqueras. Nada de amor. Quero sexo. Quero ele. Quero escaneá-lo com meus lábios, arranhar as suas costas, sentir aquela língua gostosa na minha enquanto acaricio sua cintura e vou descendo a mão devagarinho. Quero senti-lo duro enquanto beijo teu pescoço, quero me arrepiar toda enquanto sua barba roça na minha nuca na medida em que sou virada de costas em qualquer beco de nossa escolha. Bem no escurinho, onde ninguém possa nos ver e nos escutar.   

Quero abafar meus gemidos, morder as mãos, me controlar para não acordar o bairro inteiro. Quero chupá-lo enquanto sinto aquela emoção de ser pêga a qualquer hora por qualquer um que passar por nós. Imagino suas mãos segurando meus cabelos e proferindo palavras sórdidas e indecentes.

Não aguento mais pensar nele sem fazer nada. Se eu não tomar alguma providência logo, chegarei em casa louca. De volta ao ônibus, olhando para o nada, começo a planejar o que fazer. Decido colocar minha bolsa, gentilmente, na frente de minha virilha, pego meu pequeno vibrador e começo a me tocar bem devagarinho, testando todos os sons e movimentos. O aparelho é discreto e, como qualquer outro dia normal, ninguém me nota. Sou só mais uma no meio de um mar de pessoas exaustas e frustradas. Estou segura.

Fecho meus olhos e, então, estou junto a ele novamente.

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Me imagino empinada, de quatro, enquanto ele me masturba gentilmente. Quando já não aguento mais de tesão, peço para que ele meta em mim bem forte. Quero sentir o atrito, conhecer cada milímetro daquilo que, agora, estava dentro de mim com tamanha força que eu mal conseguia me manter de pé.

Ele chupa o meu pescoço, deixa suas marcas em mim. O ônibus balança, me desperto por um segundo, o mundo real ainda parece extremamente chato. Fecho os olhos de novo e consigo senti-lo me virando de frente abruptamente, descendo em direção à minha boceta enquanto coloca uma de minhas pernas em seus ombros. Acaricio o seu couro cabeludo enquanto morro de prazer. Me contorço, me arrepio, fico trêmula, suada. Não sei quanto mais tempo consigo ficar de pé.

A verdade é que quero mesmo perder as forças. Quero acordar amanhã com dores musculares e lembranças deliciosas. Meu desejo é ser dele, sem mistérios nem rituais. Preciso chupá-lo inteirinho, senti-lo gozar em minha boca enquanto gozo só de sentir seu pau pulsando em minha boca.   

Quero ter a oportunidade de fazê-lo ficar ainda mais louco em questão de segundos. Começo a beijar teu pescoço, tua boca, mordisco sua orelha direita enquanto escuto seus gemidos de prazer abafados. Peço para que me pegue forte, que me beije enquanto me acaricia. Coloco suas mãos em minha boceta enquanto trocamos carícias discretas.

No mesmo ritmo que meus dedos estão neste momento com o vibrador, ele me penetra novamente. Quando estou quase gozando, peço por um ‘gran finale’. Me viro de costas e peço para que ele me preencha por completo. Enquanto mete seus dedos em mim, ele começa a introduzir seu pau, devagarinho, em minha bunda. Na medida em que suas estocadas me faziam ir para frente, seus dedos estavam lá para me satisfazerem, fazendo o movimento contrário. Nunca senti tanto tesão na vida.

Em um momento de êxtase, gozo tão forte que é quase impossível não gemer dentro do ônibus, ainda lotado. Ainda um pouco vesga de prazer, noto que, para as pessoas que estavam lá dentro, eu era apenas mais uma. Uma mulher que está cansada após uma longa jornada de trabalho.

Ótimo. Era isso mesmo que eu queria.

De forma ainda mais discreta, faço como quem quer se ajeitar na cadeira, viro o fecho da bolsa em minha direção e, certificando-me de que não havia ninguém olhando, volto com o vibrador para a bolsa. Ajeito minhas pernas, solto um suspiro, deito com a cabeça no banco e, de repente, percebo que já estou perto de casa.

Descendo a rua de casa, sinto a brisa de uma noite quente batendo em meu rosto. Pelos calafrios que senti, deduzi que já eram mais de 22 horas. O caminho até meu prédio estava agitado. A rua do meu prédio é cercada por barzinhos, então havia muitas pessoas do lado de fora aproveitando a ocasião. Inspirada, entro em um buteco que fica bem próximo da minha linha de chegada, peço uma cerveja para levar e sigo meu trajeto.  

Apesar de ter me colocado em uma situação completamente excitante dentro do ônibus hoje, a noite ainda será longa. Quero fazer tudo do meu jeito, com maestria. Ah… minha gavetinha de brinquedinhos que me aguarde. Faremos uma ótima companhia uma para a outra.   

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Luísa Rodrigues
Jornalista, publicitária e dorminhoca

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