Relacionamento aberto: o que é? É possível fazer dar certo?

Três portas sendo uma de cor diferente e aberta

Não dá para negar que as relações são pilares essenciais da vida social. Por isso, existem diversas formas de estar em uma relação, os chamados tipos de relacionamentos, e uma delas está se tornando cada vez mais popular entre os casais: o relacionamento aberto.

Há algum tempo, a ideia de monogamia tem deixado de ser vista como a única alternativa possível no cenário brasileiro, sendo assim, muitas pessoas resolveram abrir as portas de sua vida em casal para novos membros.

Olhando de longe, muita gente acha estranha a ideia de dividir o prazer, o tempo e a atenção da pessoa com quem está para outra. Porém, há quem diga que essa é uma forma eficiente de apimentar a relação, além de evitar que tudo se torne maçante e rotineiro.

No entanto, uma coisa é certa: para iniciar uma experiência como essa é preciso ter os pés bem firmes no chão, conversar com a pessoa que se relaciona e estar preparade para curtir momentos totalmente diferentes e desafiadores.

Se já passou pela sua cabeça participar de um relacionamento aberto ou simplesmente tem curiosidade em saber como funciona, preparamos um post com explicações e também algumas dicas que podem ajudar desde o início, caso você e seu parceiro ou parceira se interessem pela ideia.

Afinal, começar do jeito certo talvez seja a melhor maneira de manter isso e fazer com que funcione! Vamos lá então?

O que é relacionamento aberto e como funciona?

Antes de tudo, vale a pena esclarecer que um relacionamento aberto não tem nada a ver com infidelidade. Quando traçamos uma linha que separa esses dois conceitos, automaticamente encerramos uma ideia que não representa o respeito e a intimidade que esperamos de qualquer relacionamento.

O ponto é que nessa relação aberta todas as pessoas envolvidas estão devidamente alinhadas e concordam em manter relações com outras pessoas. É claro que, por ser algo totalmente novo, pode causar certo estranhamento de início, além de dúvidas sobre se tudo vai se encaixar bem ou não.

Desde o seu surgimento, lá no ano de 1970, o termo ganhou cada vez mais destaque e aceitação entre as pessoas, passando a ser entendido não como um modo de “escapar” do relacionamento, mas uma possibilidade de viver novas experiências e deixar o coração aberto para novos amores, sem deixar de amar a primeira pessoa.

Podemos usar de exemplo Sartre e Simone de Beauvoir, que chocaram a sociedade da década de 20 com sua relação aberta, mesmo com os caminhos diferentes da vida, continuavam trocando cartas e se encontrando, até a morte dele.

Além de saber o que significa, também é preciso entender quantos tipos existem antes de sugerir isso à pessoa com quem se relaciona, até para não enganar a si.

Tipos de relacionamentos abertos: Dona Coelha explica!

Engana-se quem pensa que é só “namorar” todo mundo e, pronto, é a definição e exemplo de uma relação aberta. Você sabia que existem vários tipos de relações abertas? Pois é, as mais comuns são os com vários parceiros, os híbridos e os swinging.

O primeiro, entre múltiplos parceiros, tem uma estrutura bem específica, é quando a relação sexual não ocorre entre todas as pessoas que estão envolvidas.

Já os do modelo híbrido se caracteriza quando uma das pessoas envolvidas trabalha a monogamia, já a outra pessoa não é assim. Da mesma forma, precisa-se de um acordo entre as partes, afinal relacionamentos abertos têm regras, não tanto para comandar, mas baseadas em respeito e transparência.

Já as pessoas que são swingers vivem uma espécie de relação “fechada”, com exceção de que trocam de parceiros ou parceiras entre outras pessoas que também praticam isso. E no swinging tem uma regra: sempre há o uso de camisinha!

Dentro disso, há três divisões: apenas observar enquanto há a relação sexual; troca suave, que nada mais é do que beijar ou chegar até carícias e sexo oral; troca total, que consiste em ter a relação sexual completa com os parceiros ou parceiras da troca.

Banner com as três divisões do swinging

Relacionamento aberto ≠ Poliamor

É comum encontrar pessoas que confundem a relação aberta com o poliamor, mas eles são diferentes! O poliamor não é apenas uma relação sexual, mas tem muito haver com todos os sentimentos positivos envolvidos numa relação romântica.

É fidelidade, empatia e muito afeto entre várias pessoas com as quais o relacionamento se dá, independente da identidade sexual. Nesses casos, as relações sexuais não são as principais coisas entre o trisal, quarteto ou grupo que é poliamoroso. O poliamor é o exemplo de um relacionamento não-monogâmico.

Como fazer um relacionamento aberto dar certo? Dicas essenciais!

Eu sei, manter uma relação com maior liberdade sexual é o sonho de muitas pessoas, e pode parecer muito fácil na teoria. No entanto, muitas pessoas não estão preparadas para isso, já que enxergam essa possibilidade com olhos cheios de medos e inseguranças diante a uma ideia de traição.

Mas é possível fazer um relacionamento aberto dar certo – muito certo –, mesmo que de início não seja fácil. Para isso é importante seguir algumas regrinhas que vão ajudar a evitar que o relacionamento se torne um peso para o parceiro ou parceira. Confira:

Livre-se de toda insegurança!

Não dá para negar. Eventualmente, principalmente no início da relação, iremos nos sentir inseguros e possivelmente com medo. Porém, o que esperamos com o relacionamento aberto é justamente acabar com esses sentimentos.

Por isso, é essencial que você tenha um relacionamento a dois que ofereça muita segurança a ambos antes de se abrirem a possibilidades. É muito importante conseguir se encontrar em seu relacionamento, sentir-se realmente livre, com disposição para novas aventuras.

Muitas vezes, os momentos em que nos sentimos desconfortáveis e inseguros representam péssimo timing para tentar um relacionamento aberto. Antes de tudo, considere o seu desejo, o que você realmente quer e só assim, vá com tudo.

Saiba se impor, conheça seus limites!

Mesmo sendo um relacionamento aberto, esse ainda será o seu relacionamento. Dessa forma, quem define até onde você quer chegar é você. Quer uma relação aberta em que seja permitido apenas beijar outras pessoas? Tudo bem, vocês que mandam. Quer optar por abrir a relação para sexo casual com outras pessoas? Tudo certo.

E se deseja beijos, carinho, afeto, sexo e status de relacionamento alterado no facebook, sem problemas também. É importante que todos os envolvidos estejam de acordo.

Regras são fundamentais para que todos os lados entendam onde estão pisando. É natural criarmos esses limites para que ninguém acabe se surpreendendo negativamente na relação. Então, lembre-se de se impor, dizer o que quer e o que não quer, além, claro, de saber ouvir!

Seja livre e dê liberdade!

Ninguém está acostumado a sofrer com ciúmes e, mesmo que sejamos 100% desapegados, todos nós corremos o risco de nos sentirmos assim, mesmo depois de entrarmos em um relacionamento aberto.

O ciúmes é naturalizado pela cultura monogâmica, no entanto, não deve existir nem mesmo em tal contexto – imagine em um relacionamento aberto. Nesse tipo de relação, discussões podem se tornar mais constantes, afinal, são mais pessoas envolvidas e esse já é um fator para lidarmos com opiniões e visões diferentes sobre a vida.

Por isso, valorize a liberdade dessa relação e aproveite para sair da rotina com seus mozões. Desde os momentos de curtição até os momentos que irão te obrigar a crescer, se desenvolver e lidar ainda melhor com outras pessoas.

Se você quer saber como lidar com o ciúmes, temos um conteúdo bem completo no blog, o que acha de conferir?

Construa uma relação baseada em confiança

Uma das coisas essenciais para quem deseja saber como ter um relacionamento aberto é a confiança. Toda e qualquer relação baseada nessa qualidade tem muitas chances de dar certo. Por isso, transparência, empatia e capacidade de ouvir são essenciais para estruturar uma boa confiança. Responsabilidade afetiva que chama, né?

Sexo, sexo, sexo… A gente ama, mas não é tudo

O maior tabu desse tipo de relação, com certeza, está no sexo. É preciso estar preparade para ouvir as pessoas julgarem e evitar que isso acabe refletindo na forma como você mesmo enxerga seu relacionamento.

Desprenda-se de todo conceito moralista de sexo, entendendo que um relacionamento aberto não tem nada a ver com libertinagem. Muito pelo contrário, estamos falando de liberdade. De ir além com nossos parceiros e ter uma vida muito mais leve e divertida.

É sobre entender o quanto o sexo e a nossa vida podem atuar fora de uma caixa normatizadora e tentar algo diferente. É perfeito? Não. Haverão momentos muito difíceis? Com certeza. Porém, todos tendem a experimentar a liberdade em sua melhor forma.

Teste se você está preparade para uma relação aberta

Curiosidade todo mundo tem, certo? Mas o real perfil para participar de algo assim nem sempre se dá com todos. Precisa de muita desconstrução, confiança em si e nas pessoas com quem deseja estar.

Por isso, preparamos um checklist com algumas questões que podem dizer se você consegue (ou não) ter um relacionamento aberto! Pegue um papel e uma caneta e anote cada resposta para que, no fim, tenha o veredito. Confira:

1. Você é uma pessoa confiante?

( ) Sim;

( ) Não;

( ) Pouco.

2. Você confia na pessoa com quem se relaciona?

( ) Sim;

( ) Não;

( ) Pouco.

3. Abrir concessões é considerado importante para você?

( ) Sim;

( ) Não;

( ) Poucas vezes.

4. Você acha que o amor é importante em uma relação?

( ) Sim;

( ) Não;

( ) Às vezes.

5. Você acha que o sexo é importante em uma relação?

( ) Sim;

( ) Não;

( ) Pouco.

6. A comunicação é algo importante para você?

( ) Sim;

( ) Não;

( ) Pouco.

Banner com as perguntas para saber se você consegue ter um relacionamento aberto

Se as suas respostas foram mais negativas ou confusas, bem, acreditamos que não é o momento certo para tentar um casamento aberto ou namoro. Procure se informar mais do assunto, ver com a sua parceria qual a opinião formada sobre, converse com pessoas que vivem isso ou que já viveram. Se você quiser isso, é claro!

E se foi a maioria positiva ou tudo, já tem uma direção para seguir, agora é só trabalhar tudo o que dissemos aqui que, com certeza, é um bom caminho para dar tudo certo.

E então, gostou do post? Que tal embarcar nesse conceito e descobrir novas formas de ter prazer, carinho e afeto? Esperamos que agora fique muito mais fácil iniciar essa experiência com o pé direito. A gente se vê nos próximos posts!

6 comentários sobre “Relacionamento aberto: o que é? É possível fazer dar certo?

  1. Observador disse:

    Embora muito se questiona sobre relacionamento aberto, mas em última análise por tabu – muitas vezes – para tratar da Bissexualidade, há homens, especialmente Cis, que mantém relação homoafetiva, discreta, que na prática não deixa de ser relação aberta, via encontros amorosos, com aquele amigo “intimo”!

    • Geraldo disse:

      Casamento, de fato, é Amor. Portanto, se socialmente definam como namoro, noivado ou casamento, mas ele “acontece” em toda chamada “brotheragem” ou “pansexualidade” ocorrida! O que nos difere dos chamados “irracionais” é que eles ficam no “cio” e nós fazemos “amor”! Teológicamente a Bíblia nos traz como Casamento, Não o que convencionamos chamar de sacramento (ou emissão de uma Certidão, no âmbito Juridico), mas como Sinônimo de Festa (Bodas de Canah, onde havia faltado vinho e Jesus operou primeiro milagre, a pedido de Sua Mãe)!

  2. Amanda disse:

    Ridículo esse negócio de escrever “preparade”. Não adianta, isso não vai virar padrão. Vários professores de português já explicaram o porquê deste uso não ter sentido em nossa língua. Já temos neutralidade na Língua Portuguesa. Vá estudar e para de querer lacrar, Renan. Ou seria Renen?

    • Renan da Dona Coelha disse:

      Oi Amanda, obrigado pelo seu ponto de vista.
      Sinto muito que deu tudo que leu no artigo, o ponto que fez você vir aqui conversar foi a linguagem neutra.
      Acho que antes de atacar é legal entender o motivo de usarmos essa linguagem aqui e em alguns outros lugares. Ao contrário do que disse a proposta não é descar goela baixo, mas trazer a tona a questão de pessoas não binárias que não se encontram nem no gênero masculino ou feminino.
      Não é lacração, mas uma forma de acolhimento a pessoas que, por vezes, são invisíveis aos olhos de pessoas hétero. Digo isso porque eu mesmo não tinha essa empatia no começo.
      Aprendi a não desdenhar da luta de outras pessoas, ela é tão válida quanto a minha ou a sua.

      De qualquer forma, obrigado pela oportunidade de explicar isso aqui!

  3. Sebastião Almeida dia morais disse:

    Concordo plenamente muito bom eu acho que é ótimo um relacionamento aberto traz muita segurança só depende de ter alta estima é confiança

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