Pra que serve o feminismo? Entenda como isso muda seu dia a dia

Por que o feminismo é importante dona coelha

Como você já sabe, a Dona Coelha é especialista naquilo que pode deixar o dia de qualquer um mais prazeroso. Mas o que você não sabe é que eu também entendo daquilo que estraga o meu e o seu humor todo santo dia.

Você achou que a gente não ia falar de feminismo hoje?! Se sim, talvez você acredite que esse tema já está passado, já deu o que tinha que dar, que as minas já conseguiram muita coisa e agora está virando mimimi.

Tudo bem, sem problemas – você pode pensar assim. Mas a galera do lado daqui, que pensa em vocês com muito carinho (rs), acha que é hora de dar uma forcinha para ninguém sair por aí alienado achando que está tudo bem, tudo bom – porque não está!

Se você pensa que o feminismo não faz mais sentido, já que as mulheres “podem fazer o que quiserem hoje”, muito provavelmente você se pergunta: pra que eu preciso disso? Então, senta lá, Cláudia, e vamos conversar!

A gente está doente e fingindo que não sabe!

Não, esse não é mais um post para jogar na sua cara todas as situações do seu dia a dia em que o feminismo te poupa ou poderia poupar – mas vale a pena lembrar umas coisinhas:

Somos machistas. Ponto final. Não dá pra discutir – até a mulher mais desconstruída de todas precisa admitir isso, ou a gente não entendeu nada!

Infelizmente, esse “vírus” está instaurado na nossa sociedade e, apesar de termos uma “vacina” própria para ele – feminist vaccinum -, os nossos anticorpos ainda estão perdendo essa batalha.

Isso porque, como já falamos num post super detalhado sobre a diferença entre feminismo e machismo (dá uma olhadinha lá!), o machismo é uma opressão estrutural. A gente traduz de novo: ele está preso na parte mais profunda da nossa sociedade e, por isso, não dá para se livrar dele da noite para o dia – o problema é histórico e meio camuflado.

Quando a gente entende e assume que estamos “doentes” desse mal, fica muito mais fácil identificar os sintomas e saber como acabar com ele. Afinal, informação é o que salva e por isso estamos falando tudo isso pra você.

Isso você não aprende no Grey’s Anatomy!

Exemplo machismo no dia a dia dona coelha

Quem aqui já preencheu um formulário na internet? Sabe quando temos que completar aquele monte de dados, principalmente em documentos e cadastros de empresas ou serviços públicos? Se você ainda não fez, calma, sua vez vai chegar!

Enfim, há um tempo, eu tive de preencher uns três cadastros desse tipo. Entre todas as informações pessoais que precisei colocar lá, uma daquelas com o famoso asterisco de “obrigatório” era o nome da minha mãe.

Isso mesmo, o nome da minha mãe. Não do responsável. Não do meu pai – Mãe.

“Tá, mas e daí? É só porque tem que colocar o nome de alguém”. Será? Depois de preencher pela terceira vez o campo obrigatório, foi quando me ocorreu: por que eu sou obrigada a saber o nome da minha mãe e não do meu pai?

Em 2013, cerca de 5,5 milhões de crianças não tinham o nome do pai na certidão de nascimento, de acordo com o Censo Escolar, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça. Isso representa quase 3% da população do país naquele ano.

Até mesmo um formulário, que é feito por códigos, traz essa marca da nossa sociedade de forma sutil e quase imperceptível. Afinal, seria demais esperar que todos que fornecem aquelas informações saibam o nome do pai? – É natural crescer sem pai (?)

Será que é mesmo? A gente prefere entender que isso é naturalizado. Assim como toda e qualquer opressão machista é tratada como fatores padrões, normais, naturais – mas não são.

É nesses momentos, em que nos questionamos por que temos que saber o nome da mãe e não o do pai, que temos a chance de perceber e combater essa doença tão grave!

Depois disso, problema resolvido?” Não!

O feminismo nosso de cada dia, dai-nos hoje!

É claro que é um passo e tanto perceber quando estamos sendo machistas ou sofrendo com isso – mas essa é só a ponta do iceberg e se não evitarmos o que fica encoberto pela água, o nosso Titanic vai afundar!

O que queremos dizer é que você precisa agir para não dar trela para esse lance todo que queremos evitar constantemente. Para isso: questione, discorde, confronte, discuta, aja – contra você também!

Se ver a amiga debochando da mana que está ficando com geral, pergunte: e por que ela não poderia? Se ela quer, o que a impede? Se qualquer resposta tiver algo relacionado a gênero, dá um toque na amiga para ela não ser cancelada – e nem você!

Quando um amigo tiver na bad porque terminou com a namorada, repara se a sua primeira opção é convidá-lo para beber ou para conversar. Homens também precisam desabafar, chorar e sentir, o que geralmente não acontece – e acaba criando uma linha imensa de homens alcoólatras.

Homens opressão machismo dona coelha

Big men do cry – tchau, tchau pros tóxicos!

Isso mesmo, galerinha, os meninos também sofrem com essa opressão estrutural – fala sério, deve ser exaustivo ter que ser o “machão”, o forte, o insensível, pega todas, hétero viril o tempo todo! Corta essa!

Essa história de “homem de verdade” é o que a gente chama de masculinidade tóxica – tudo aquilo que delimitam socioculturalmente como sendo um comportamento masculino real (padrão), marcado pela violência, sexo, status, força e zero emoções.

Consequentemente, tudo que é sentimental e considerado “feminino” é visto como negativo, ainda mais em um homem. Assim, desde pequenos, eles são forçados, de forma naturalizada, a esconder sentimentos, a não pedir ajuda e a ver a violência como solução.

Toda essa combinação de sentimentos sufocados e auto suficiência forçada cria homens emocionalmente fracos e explosivos, e aí temos impasses muito maiores – cultura do estupro, homofobia, misoginia e várias outras problemáticas que estragam todo e qualquer rolê!

Viu só como uma coisa está atrelada a outra? E todas as formas, sutis ou agressivas, de lidar com esse monte de problemas voltam a um ponto em comum: o feminismo!

O feminismo afeta a nossa vida, a sua, de seus parceiros e parceiras, da mãe, do pai, da amiga, enfim… De todo mundo que não quiser ficar limitado a estereótipos sociais e culturalmente estruturados que ditam a nossa felicidade e o nosso prazer!

Então, no próximo textão que rolar por aí, adiciona este discurso:

Eu digo sim ao feminismo! Pelos meus filhos, pela minha família, pelo meu país!

Agora, conta pra gente aí nos comentários: por que o feminismo é importante para você? Vamos adorar interagir com todos!

Até o próximo post!

Um comentário sobre “Pra que serve o feminismo? Entenda como isso muda seu dia a dia

  1. Ademir Junior disse:

    Sensa demais, sou homem e OH MY GOD, como fui tocado por esse texto. O feminismo tem sido varios tapas na cara nos meus comportamentos, mesmo quando pensa “putz, ja to no auge da desconstrução” vem uma rasteira de “quietinho ai, aprende mais”, palavras intensas e simples, simplesmente adorei.

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