O que é poliamor? Dona Coelha te conta tudo sobre relações múltiplas!

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E mais uma vez a Dona Coelha se propõe a explorar as vastas e diversas terras do amor! O assunto de hoje: poliamor. Aliás, você sabe o que é poliamor? Analisando a palavrinha, já é possível tirar algumas conclusões – poli, muitos; então “muito amores”?

A resposta é: sim! O poliamor é uma concepção, um estilo de vida e até mesmo um manifesto político em defesa do amor múltiplo, livre e consciente. Isso te lembra algo? Se você pensou em poligamia, saiba que os conceitos de parecidos só têm o prefixo. Poligamia e poliamor, nada a ver!

Parece confuso, não é mesmo? Por esse motivo, a Dona Coelha buscou fontes culturais, históricas e até mesmo do direito para preparar um verdadeiro aulão sobre poliamor. Então, acompanhe a leitura para saber mais sobre o assunto e esclarecer todas as suas dúvidas sobre as relações múltiplas.

Preparade? Então vamos lá:

Eu, tu, ele, ela e elu: conhecendo o poliamor

Já pensou em usar o plural toda vez em que se referir a quem você ama? Para algumas pessoas, esse tipo de relacionamento é completamente normal: Eu os amo, Eles me amam. O múltiplo, diverso e livre são as principais características do poliamor: a capacidade e a possibilidade de sentir atração sexual e afetiva por várias pessoas ao mesmo tempo.

O termo é novo, mas diz respeito a uma coisa muito antiga e por muito tempo almejada pelos amores marginalizados: liberdade. E é apenas sobre a liberdade para amar e escolher quem amar e quando amar que os indivíduos poliamorosos pautam seus sentimentos e suas vontades.

E, como você bem sabe, falar sobre liberdade pressupõe falar sobre repressão, e repressão pressupõe apontarmos um opressor. Nesse caso, podemos dizer que existem dois responsáveis pela ideia de que o poliamor é ilegítimo – a monogamia e, mais a fundo, a própria estrutura cultural da nossa sociedade.

Mas, então, isso significa que existe o embate entre monogamia e poliamor? Não necessariamente, mas, sem dúvidas, existem muitos preconceitos em relação aos indivíduos adeptos às relações múltiplas. Dentre os quais, podemos citar:

  • Poliamor = promiscuidade?

Não! Considerar-se poliamoroso não tem a ver com apetite sexual ou libido, mas sim com a liberdade de escolha e possibilidade de sentir – física ou emocionalmente – as manifestações do amor: desejo, afeto, tesão etc.

Então, nada de sair dizendo que o poliamor é só um surubão conceitual, okay? Trata-se de um estilo de vida e uma orientação que precisa ser respeitada, assim como alguns de nós optou por dedicar-se somente a um parceiro por vez.

  • Poliamor = antinatural?

Primeiramente, o que é natural? Como eu e você sabemos, os seres humanos são animais e, na natureza, o poliamor é liberado! Então, muito cuidado ao usar termos como “natural” e “antinatural”, pois isso pode pegar muito feio – e ninguém quer pagar mico, não é mesmo?

Do ponto de vista cultural brasileiro, o poliamor é visto como um desvio da conduta esperada dos indivíduos. Isto é, onde espera-se um comportamento monogâmico, ser adepto ao poliamor parece uma grande anormalidade.

Mas somente do ponto de vista tradicionalista! Hoje em dia, em que as lutas pela liberdade sexual e afetiva estão em pleno vapor, esse tipo de concepção é extremamente retrógrada e preconceituosa. E aqui no blog Dona Coelha preconceito não tem vez!

  • Poliamor = fim da família?

Pode até parecer cena de filme apocalíptico, mas há quem acredite que qualquer coisa que fuja do relacionamento heterossexual monogâmico cisgênero (baita palavrão para falar do casal homem e mulher cis) signifique o fim iminente da família.

Felizmente, há quem também entenda que família é um conceito amplo, diverso e muito especial. Dificilmente a família há de acabar. Na verdade, pode até ser que a família de dois acabe, mas ainda assim restariam as de três, quatro, cinco e quantos mais no coração couber!

  • Poliamor = relacionamento aberto?

Essencialmente, não. Embora ambos sejam relacionados à prática da liberdade sexual, o poliamor e o relacionamento aberto tratam de coisas distintas – o poliamor é um conceito tão amplo que podem existir, por exemplo, casais com mais de duas pessoas em relacionamentos fechados.

O relacionamento aberto é uma modalidade – isso é, uma espécie de pacto entre os parceiros que decidem literalmente abrir o relacionamento para permitirem-se à liberdade sexual.

Ainda confuse? Temos um post exclusivo sobre relacionamento aberto e como ele funciona. Recomendamos a leitura para que você entenda mais sobre o assunto!

  • Poliamor = poligamia?

De forma simplificada, poliamor e poligamia não são sinônimos. E por diversos motivos: a poligamia diz respeito ao casamento de um homem com várias mulheres – injusto, não? – enquanto o poliamor é o amor de pessoas por pessoas, incluindo-se a possibilidade de relacionamentos estáveis, abertos, trisais e também casamento (no que diz respeito aos princípios da relação).

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Monogamia, poligamia e poliamor – diferenças fundamentais

Até agora muito falamos sobre esses três termos: monogamia, poligamia e poliamor. Por isso, chegou a hora de nos aprofundarmos nessa questão que é complexa, cultural e mexe com as estruturas da nossa sociedade.

Pois é, hora de colocar o dedo na ferida! Isso porque todos esses conceitos existem, são praticados, mas são completamente ignorados pela maior parte de nós. Isso porque estamos arraigados ao conceito de “normalidade”, mas é aquele ditado: o mundo é bem maior que o nosso quintal, não é?

  • Monogamia

Então, vamos começar com o conceito mais conhecido, praticado e entendido – a monogamia. Mono significa um, e gamia, casamento. De maneira simples, a monogamia é o casamento com uma única pessoa ou qualquer relação que vise ao matrimônio (ainda que no futuro). Basicamente, é o modelo que consideramos o “certo”: conhecer aquela pessoa especial e a ela nos dedicarmos exclusivamente.

Você já sabe, mas vale ressaltar que o conceito de monogamia é o que prevalece no ocidente, inclusive no Brasil. As bases do relacionamento exclusivo estão fundamentadas no próprio cristianismo, o que não significa que isso seja regra geral.

  • Poligamia

E é isso que nos leva ao próximo conceito, que é a poligamia. Os significados de poli e gamia você já sabe, no entanto, a poligamia diz respeito ao casamento de um único homem com várias esposas. Aliás, você sabia que esse tipo de relacionamento é legalizado em mais de 50 países?

Por aqui, a poligamia é proibida por lei, com pena de reclusão de 3 a 6 anos. OMG! Isso porque o casamento não-monogâmico fere os princípios fundamentais do chamado Direito da Família…

Percebeu que o assunto é mais sério do que parece, né? Como pode uma prática ser totalmente permitida em um país e ser considerada crime em outro!? A resposta para essa pergunta está intimamente relacionada, mais uma vez, à nossa cultura.

Quem somos no mundo, nossos gostos e preferências, a forma como nos vestimos, falamos e nos comunicamos – tudo isso faz parte de um conjunto cultural bem mais amplo (e imperceptível, até então). E a Dona Coelha mais uma vez traz os fatos históricos!

Aliás, leia a definição de poligamia novamente e encontre o erro. Achou? Um único homem com várias esposas. O que só prova o quão invisibilizado o desejo da mulher é e que, independentemente da cultura, o machismo estrutural ainda é uma triste realidade no mundo.

Porém nem todas as esperanças se perderam, e é aí que entra o poliamor.

  • Poliamor

O poliamor é como na música, lindo, leve e solto. Há quem diga que a prática é um manifesto político, justamente por pregar a liberação sexual e afetiva – e disso a gente entende muito bem.

No entanto, o poliamor é nada mais do que a naturalização do desejo e da vontade de estar com outros, não importa quantos, contanto que seja legal, consentido e recíproco. Pode parecer utópico para alguns, mas ele realmente existe – e não desconsidera o desejo da mulher!

Além de estar totalmente okay com a homoafetividade e com a multiplicidade, coisas que a monogamia ainda reluta em aceitar. Isso quer dizer que a monogamia é ruim e o poliamor a solução para todos os problemas estruturais da sociedade? Não.

Tá tudo bem ser monogâmico e desejar esse tipo de relação; e tá tudo bem ser praticante do poliamor – tem espaço para todes! O importante é a desconstrução dos conceitos machistas, misóginos e preconceituosos, afinal, todo mundo quer amar e ser amado (por um, dois, três ou mais). Love wins, baby.

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E então, gostou do aulão sobre poliamor? Para entender mais como o assunto funciona na prática – e também na hora H –, que tal conferir o nosso post sobre o que é e como funcionam os trisais? Aproveite também para acompanhar o nosso blog e ficar atente a todas as nossas atualizações de conteúdo, para mais aulões, dicas e desconstruções.

Até a próxima postagem!

2 comentários sobre “O que é poliamor? Dona Coelha te conta tudo sobre relações múltiplas!

  1. Amigo disse:

    Com a adversidade surgiram “definições” para o que já era fato: marido, esposa, o(a) amante! E pensar quantas situações que geraram “energias gastas em vão”: como a chamada traição, ida ao médico para disfunção erétil, como um cara me disse maroto: o que foi isso, ele havia marcado consulta médica e eu e ele, que “intensos” fomos e sem sermos de “corpo definido”, chegamos ao orgasmo e gozo! Mas finalizo: há muito a aceitarmos de nós mesmos, eliminando mentalidade conservadora demais e, principalmente aceitarmos a felicidade e o amor, seja por qual gênero for!

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