Tire todas suas dúvidas sobre assexualidade no guia da Dona Coelha

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Você provavelmente já ouviu falar de assexualidade, né? Ela é uma da forma de expressão da sexualidade humana, dentro do interessante espectro de orientação sexual que cada um de nós pode manifestar. Mas nem todo mundo sabe ou mesmo já ouviu falar no termo.

Assim, é normal que apareçam dúvidas persistentes, resultado do desconhecimento. Além disso, é possível encontrar formas de preconceito e estigmas, que infelizmente ainda cercam essas pessoas.

Pensando nisso, eu reuni algumas das informações mais importantes sobre o assunto, para apresentá-las a você da forma mais objetiva possível. E aí, vamos entender melhor o que é assexualidade e evitar passar vergonha por pura desinformação? Continue a leitura.

O que é a assexualidade?

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A assexualidade pode ser uma realidade total, condicional ou parcial manifestada por um indivíduo. Ela é uma das orientações sexuais representadas na sigla LGBTQIA+, sendo uma das menos conhecidas do público geral, o que acaba sendo um grande desserviço para a comunidade e toda a sociedade.

Assim como nas demais orientações sexuais, pessoas que se consideram assexuais podem vivenciar diferentes nuances de atração. Veja a seguir os diferentes tipos de assexualidade:

  • Demissexual A atração sexual surge somente após o estabelecimento do vínculo afetivo;
  • Assexual estrito A pessoa sente pouco ou nenhuma atração sexual por outra pessoa;
  • Grayssexual – A atração sexual se manifesta em determinados momentos;
  • Frayssexual – A atração sexual se manifesta apenas na ausência de vínculo afetivo;
  • Cupiossexual – não sente atração sexual, mas deseja ter uma vida sexual ativa;
  • Assexual fluído – Ora a pessoa se manifesta como demissexual, ora com grayssexual. Ou seja, o desejo da pessoa passeia entre algumas nuances da assexualidade ou todas elas.

Não sabe o que significa ser demissexual? Confira um guia completo da demissexualidade no blog. Deu pra entender melhor sobre como a pessoa assexual sente ou deixa de sentir atração, dependendo da situação? O que não é muito diferente das demais orientações, já que todo mundo tem uma forma de se sentir atraído sexualmente ou não. Concorda?

O que significa ser assexual?

Significa que você não sente nenhuma ou quase nenhuma atração sexual por outras pessoas. Mas calma aí, isso não quer dizer que a pessoa é um robô sem sentimentos, tá? Os diferentes tipos de assexuais sentem emoções como todo mundo, ficam felizes, tristes, se apaixonam, se decepcionam, etc.

Enquanto a afetividade romântica se manifesta por meio de atos românticos típicos, como carinhos, declarações, companheirismo, a atração sexual está ligada ao desejo de ter contato sexual com uma ou várias pessoas.

Dessa maneira, é possível que a atração sexual e a romântica estejam totalmente dissociadas. Então, tem pessoas que fazem sexo sem amor. E também quem está em um relacionamento amoroso que não tem o sexo como algo fundamental. E, convenhamos, essa é uma forma de amar que também vale a pena, não é mesmo?

Assexual é o mesmo que assexuado?

Não. Esse é um erro que você não pode cometer nunca! As palavras podem ser parecidas, mas remetem a conceitos totalmente diferentes. Então, senta que lá vem história!

O individuo assexuado é aquele que não possui órgãos sexuais. Essa é uma expressão muito utilizada na biologia, servindo para indicar que a reprodução em alguma espécie acontece sem a necessidade de dois sexos. Ou seja, é uma condição biológica que não se encaixa na complexidade da orientação sexual humana, que não envolve apenas aspectos fisiológicos.

Por esse motivo, o termo assexual é a forma mais adequada para se referir a pessoas que seguem essa orientação sexual. Eureka!

Sou assexual? Como saber?

O processo de autoconhecimento é a forma mais indicada para chegar às respostas que você busca. Então, se você acredita ser assexual, mas não tem certeza, faça uma reflexão e se pergunte:

  • Me sinto atraído por outras pessoas?
  • Sinto atração sexual como as pessoas ao meu redor?
  • Posso me conectar emocionalmente com outra pessoa, sem a necessidade de atração física ou sexual?
  • Já fiz sexo para não me sentir excluído ou inadequado ao meu grupo de amigos, ou família, mesmo estar realmente interessado?

Uma boa forma de obter respostas e vencer as barreiras no caminho da auto-aceitação é buscar ajuda profissional. Nesses casos, a orientação de um psicólogo pode fazer toda a diferença. Contar com amizade sinceras e apoio da família também pode ajudar. Mas, antes de tudo, faça essa descoberta por você!

3 fatos sobre assexualidade que você precisa saber

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Assim como acontece com estereótipos de gênero e na quebra de tantos padrões sociais voltados à sexualidade, pessoas assexuais costumam sofrer com o estranhamento da sociedade.

Pensando nisso, selecionei cinco fatos que considero importantes pra que a sociedade possa evoluir em direção à aceitação, ao respeito pela diversidade e com empatia.

Assexualidade não é doença, nem trauma

Nenhuma orientação sexual é doença. Além disso, nenhuma pessoa assexual deve se sentir na obrigação de ter de explicar sua orientação. Entenda que a vida não é um confessionário do Big Brother Brasil. Além disso, nem mesmo a sociedade tem o direito de cobrar uma explicação, isso por que não há o que resolver ou o que consertar.

Por isso, evite comentários “faltou uma transa de verdade” ou” isso não é normal”. É normal, sim! É humano e tá tudo bem!

A assexualidade não é bicho de sete cabeças

O pesquisador Alfred Kinsey, um dos pioneiros na abordagem científica da assexualidade, apontava que pelo menos 1% da população mundial afirma não sentir atração sexual por outra pessoa, isso em meados da década de 1940.

O estudo mostra que a assexualidade é uma realidade comum pra muitas pessoas. Recentemente, o programa de estudos de Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, apontou que 7,7% das mulheres brasileiras e 2,5% dos homens, entre 18 e 80 anos, são assexuais.

Outro levantamento feito pelo IBGE, mostra que 12% da população brasileira se identifica com a comunidade ALGBT, delas 2,12% se declaram como pessoas assexuais[1]. Assim, é muito importante que todos nós possamos sair de nossas bolhas e comecemos a enxergar as pessoas com a valorização que merecem.

Assexuais não são celibatários, nem coitadinhos

Existe também uma diferença importante entre celibatários e pessoas assexuais.

Em suma, as pessoas que abstém de relações sexuais de forma voluntária, podem ser denominados celibatários. Essas pessoas tomam a decisão por alguma escolha moral, voto ou sofrem algum tipo de doutrinação.

Assim, eles podem ou não sentir atração, mas não é mesma coisa que ser assexual. Esses apresentam desinteresse sexual, que não deriva de uma não escolha em si. Dessa forma, é um desserviço enxergar a pessoas assexual como um coitadinho que não transa.

Uma boa forma de vencer essa barreira é entendendo mais sobre orientação sexual e a forma como ela se dá na manifestação da sexualidade de cada pessoa. Você encontra um conteúdo muito rico sobre assunto escrito pela equipe da Dona Coelha aqui no blog. Confira!

Por aqui, escrevi sobre a assexualidade e suas diferentes nuances. Espero que esse conteúdo seja muito útil para você.

Até a próxima.

Referências:

[1] MACIEL. Camila. O Brasil tem 12% de pessoal ALGBT, mostra levantamento. Agência Brasil, 2022. Disponível em: < https://ipqhc.org.br/2022/11/02/8678/>. Acesso em: 21/02/2023

4 comentários sobre “Tire todas suas dúvidas sobre assexualidade no guia da Dona Coelha

    • Dona Coelha disse:

      Não necessariamente, assexual também pode ser aquele que não interesse em envolvimento sexual com outras pessoas.

    • Amigo disse:

      Nem sempre a masturbacao é o chamado “sexo solitário” podendo ensejar como “alívio do stress” como via de regra, representa para mim! Assim como o assexual pode ser o oposto a intensidade por transar! Na minha primeira vez com homem, ele já estava em ereção e até me perguntou se eu queria mesmo (cursavamos faculdade), ou seja, até atualmente quando transo nunca ocorreu estar naquele desejo para transar! E também nunca representou eu estar já esfriando sexualmente, como possam comentar ou atrelar aos homens com a minha idade (56 anos)!

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