Você já ouviu falar em masculinidade tóxica? Esse é mais um mal enraizado na nossa sociedade e, hoje, quem vai falar sobre o assunto sou eu, Renan, marido da Dona Coelha. Afinal, esse é um assunto que afeta a mim e a todos os outros caras por aí, sem exceção.
Quantas vezes você já ouviu (ou reproduziu) falas como: “homem não chora”, ou que isso é “coisa de menino” ou “coisa de menina”? Eu sei, várias, e do lado de cá não é diferente.
São pensamentos como esses que dão base ao que chamamos masculinidade tóxica e que permitem que comportamentos agressivos e grosseiros sejam constantemente atrelados à imagem masculina.
Por isso, hoje, eu vou te explicar o que é a masculinidade tóxica, como ela afeta a sua vida, como identificar seus comportamentos que a sustentam e o que fazer para combatê-la. Muita coisa, né? Então fique bem confortável e se prepare que o aulão de hoje vai começar!
O que é masculinidade tóxica? Descobrindo ela no seu dia a dia
De forma simples: masculinidade tóxica é um conjunto de comportamentos e estereótipos estabelecidos social e culturalmente como sendo o padrão masculino. Sabe aquelas histórias de “coisa de homem”, “homem é assim” e do famoso “homem de verdade”? Então…
Tudo aquilo que dizem que você deve fazer ou ser simplesmente porque é homem é o que chamamos de masculinidade tóxica. Essas coisas são estabelecidas pela sociedade e estão enraizadas na nossa cultura, como sendo “normais”.
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Muitas vezes, não vemos problema em imposições como essas, mas a verdade é que elas vêm limitando os homens de serem o que eles são antes de tudo: humanos. Homem chora, homem é fraco, homem é sensível, sim. Não há nada na nossa genética que acabe com nossos sentimentos e emoções.
Aí já viu, qualquer cara que fuja desse padrão é ridicularizado, humilhado e vira motivo de piada entre os “amigos”. Desde pequenos ouvimos coisas como “fala igual homem”, “isso é brinquedo de menina”, “engole o choro”, simplesmente por expressarmos emoções e gostos.
A masculinidade não precisa ser tóxica, mas ela é. Quando ela exclui, limita e machuca, ela perde tudo que poderia ser de bom e fica presa a uma caixinha limitada de rótulos negativos e que, no geral, não condizem com a verdade.
Como a masculinidade tóxica pode me afetar?
Mais importante do que entender o que é a masculinidade tóxica, é saber como ela pode te afetar. É nesse momento que o calo dói e você percebe, de verdade, que tem alguma coisa muito errada nessa história. Por isso, eu separei algumas coisas para quebrar os seus paradigmas e estereótipos.
Primeiro de tudo, você sabia que homem chora?! Para uns isso pode ser óbvio, mas outros devem estar pensando “Ah, isso é coisa de ‘mulherzinha“. Sim, é. Mas é coisa de homem também.
Outra bomba: homem nem sempre é forte, viril, insensível, ou, como dizem por aí, “machão”. Todos esses títulos não se enquadram a todos os homens e, quando são impostos a nós, acabamos desenvolvendo comportamentos agressivos, supervalorizando a sexualidade e suprimindo emoções.
Lavar, passar, cozinhar é coisa de homem sim! Da mesma forma, brincar de casinha e de boneca é brincadeira de menino também. Afinal, sujamos louça e tudo mais, e os meninos podem sonhar em ser pais um dia também – você não quer chegar nesse momento despreparado, né?!
Ah, não podemos esquecer que homem é delicado, gentil e calmo e isso não tem nada a ver com a orientação sexual dele. Héteros podem falar fino e homossexuais podem ter voz grossa e ser fortes, ou o contrário, e tá tudo bem também – o que não faz sentido é esse preconceito!
Como afeta nossa vida sexual
Esse tipo de comportamento cria uma pressão em nós, homens, concorda? Sempre temos que chegar nas mulheres e demonstrar interesse, ter um histórico de “fodas” incríveis e ainda ter uma boa performance na cama.
Se brochamos, então, nos rotulam de homossexuais. Se gostamos de sexo anal com a parceira, questionam nossa sexualidade. Esse pensamento e muitos outros são o que nos impedem de experimentarmos novos prazeres, sem tabus.
Mulheres não gostam de homens de mente fechada e masculinidade frágil, e isso posso afirmar com fontes confiáveis – a Nath me disse.
Sintomas de masculinidade tóxica: qual é o seu diagnóstico?
Agora que você já sabe o que é a masculinidade tóxica e como ela pode afetar vida nos novos e velhos homens, é hora de fazer o check-up geral: você tem sintomas? Qual é o seu diagnóstico? Atualize sua ficha “médica”:
Quando um amigo age de forma afeminada, você fala coisas como:
- “Fala igual homem”;
- “Que mulherzinha”;
- “Cara que gosta de X coisa é gay”;
- “Vira homem”.
Quando o assunto é relacionamento, você pensa coisas do tipo:
- “Só homem gosta de sexo”;
- “Homem não limpa a casa”;
- “Homem tem que colocar dinheiro em casa”;
- “É o homem que manda”;
- “O que não acha em casa, busca na rua”;
Perto de outros homens, você já:
- Se sentiu mal porque não quis fazer algo considerado masculino?
- Fez algo que não queria por se sentir pressionado?
- Teve sua sexualidade questionada por um comportamento que não é considerado masculino?
- Virou piada por demonstrar seus sentimentos?
Quando um cara teve comportamentos “não-masculinos”, você já:
- Debochou de um homem que não correspondia ao padrão de masculinidade?
- Menosprezou um cara que agiu de forma não-masculina?
- Questionou a capacidade de um homem que não seguia o estereótipo?
- Falou para um cara mudar seu jeito/comportamento porque não seguia o padrão másculo?
- Questionou a sexualidade de um homem por causa de comportamentos não-sexuais?
Não tenha medo de responder a essas perguntas, o meu diagnóstico não foi muito positivo e a verdade é que o de ninguém vai ser. O importante é o que fazemos para nos curar desse mal. Se você está aqui, já está um passo mais adiante do que ontem, certo?
Apenas quando mudarmos nossas visões de mundo e nossos comportamentos poderemos ajudar a combater essa opressão que está enraizada na nossa sociedade. Vamos juntos?!
Clube da luta atualizado: um movimento que vale a pena!
Caso você não tenha percebido ainda, quero deixar claro que sim, esse é um papo feminista. Por quê? Já reparou que tudo que é padronizado como feminino é o que nós não podemos ser: emotivos, carinhosos, frágeis, delicados, fracos.
Todas essas coisas tidas como negativas para o homem são estereotipadas como comuns nas mulheres. Então, falar de masculinidade tóxica é lutar contra a opressão estrutural imposta pelo machismo, na nossa sociedade, e erguer a bandeira feminista também.
Essa luta é importante e essencial para que nós não tenhamos que fingir ser o que não somos. Nada mais chato do que forçar comportamentos que não queremos ter ou suprimir sentimentos para agradar os outros. Se quiser saber mais para que serve o feminismo na sua vida, confere o post aqui do blog e fica por dentro!
Mas, antes de querer entrar de cabeça no movimento, entenda como o homem se encaixa no feminismo e como você pode ajudar nessa luta. Até lá, melhore o que está ao seu alcance: você.
Avalie-se, repense, informe-se, desconstrua-se! Sempre que você pensar em criticar ou fazer piada sobre outro cara, por conta de um comportamento que não é masculino, pergunte-se: por que isso não é masculino? Assim, vai ser fácil perceber quando está sendo babaca e evitar esse papel.
Lembre-se: um “homão da porr*” nada mais é do que um homem que entende sua masculinidade de forma saudável e ultrapassou os estereótipos impostos pela sociedade – nada além do mínimo que todos nós devemos ser e fazer.
Agora que você já entende muito sobre masculinidade tóxica, conta pra gente nos comentários: você é tóxico ou não? O que vai fazer para se curar? Vamos juntos construir uma masculinidade saudável!
E aí, gostou do conteúdo de hoje? Então, acompanhe a Dona Coelha nas redes sociais e fique por dentro de mais assuntos como esse, além de sexo, relacionamento e outras coisas que adoramos! Até o próximo post!