Abandono paterno no Brasil: mal disseminado por gerações

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Fala, pessoal, o post de hoje é sobre um assunto bem complicado, mas extremamente importante: o abandono paterno. Ele é uma das causas de grandes problemas sociais, entre as muitas do nosso país. Pesquisas realizadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgaram dados catastróficos sobre o número de crianças abandonadas pelos genitores, são muitas que não possuem o nome do pai no registro de nascimento, cerca de 5,5 milhões, e 12 milhões de famílias de mãe solo.

É uma quantidade desoladora. E isso traz inúmeras consequências, tanto psicológicas quanto sociais para todos, além de muitos outros fatores que acarretam em problemas que são levados por toda a vida.

Você é pai ou um pai em potencial? Então fique ligado nesse post. Hoje falaremos minuciosamente sobre essa epidemia enraizada socialmente que já ultrapassa gerações e sobre toda a dor que ela deixa em seu rastro. Preparado? Então vamos lá!

Para começar: o que é abandono paterno?

O nome é autoexplicativo: trata-se do abandono do pai para com seus filhos e filhas. Mas, não precisa ser, necessariamente, a atitude de nunca mais colocar os pés na mesma cidade que a criança ou fingir que ela nunca existiu e que não teve progenitor.

Abandono paterno é toda e qualquer situação e ato que priva a criança de ter o que necessita para viver, é não cumprir com as obrigações de pai, é não fornecer o mínimo para a subsistência dela, é deixar a mãe ou a responsável se virar sozinha.

Não é fácil sustentar uma criança. Há inúmeros gastos com saúde, educação, alimentação e muito mais! Dureza para uma pessoa só, não? Nesse ponto, entramos em outro viés: pensão. Nada de achar que pagar a pensão é o suficiente, beleza? É necessário, nem de longe é o bastante.

“Tudo isso se qualifica como abandono? Que exagero!”. Na verdade, não é exagero, é a dura realidade em que muitas pessoas vivem. A dor de ser deixado pelo pai gera muitos problemas, e todos muito graves!

O-que-é-abandona-paterno

Consequências do abandono: traumas por toda a vida

Há sequelas que permanecem por toda a vida, e aqui não é diferente! O abandono paterno causa muitos problemas, sociais e psicológicos, que refletem direta ou indiretamente na vida do indivíduo e consequentemente na sociedade.

As consequências psicológicas são gravíssimas se não for trabalhado na mente da criança que, mesmo sem pai, ela ainda tem apoio. O abandono pode resultar em má formação do caráter. Pessoas violentas e agressivas, na maioria das vezes, têm um histórico de desamparo familiar. Geralmente, homens se tornam mais propícios à reações desequilibradas e grosseiras.

Os problemas sociais surgem a partir dos pessoais. Já citei os números, são 12 milhões de famílias constituídas por mãe solo! E, geralmente, essas mães se desdobram em muitas versões para proporcionar o melhor para seus filhos e fazem todos os papéis necessários, daí surgindo o termo “pãe”, ou seja, pai e mãe ao mesmo tempo.

Uma criança sem apoio, sem carinho e sem o devido cuidado paterno tende a se tornar um adulto com traumas. É claro que isso não é uma generalização, pois muitas mães ou responsáveis se esforçam de forma sobrenatural na criação, suprindo todas as carências. Mas, ainda assim, o fator psicológico é algo a ser trabalhado e infelizmente nem todos conseguem.

Você já ouviu dizer que um adulto traumatizado tende a formar uma criança traumatizada? Infelizmente, essa afirmação tem fundamento. Pois, por não saberem como é ter um pai, muitos homens acabam abandonando seus filhos. Consequentemente, gerando um círculo sem fim de ausência paterna na sociedade.

Percebe como é um efeito dominó? Ser abandonado resulta em abandono e por aí vai.

Mas, o que fazer para quebrar o ciclo? Você é um pai de primeira viagem? Pensa em ser um dia? Já é, mas quer melhorar? Abaixo vamos responder algumas dúvidas que os caras podem ter e dar dicas que como ser um pai melhor!

Estatisticas abandono paterno

  • Você não teve um pai, mas quer ser um e dos bons. Como lidar com a paternidade?

A chegada de uma criança não é fácil, é claro. São muitas novidades, responsabilidades e você e sua parceira podem se sentir despreparados, sobretudo se for o primeiro filho. A comunicação é a chave, ela permitirá que ambos saibam quais as inseguranças e vulnerabilidades para que tudo seja trabalhado e, consequentemente, superado.

A mãe também está em processo de aprendizagem, é uma evolução constante, por isso é importante o entendimento dos sentimentos dela para não torná-la vítima de uma sobrecarga. A união fica infinitamente mais fortalecida se o diálogo for bem trabalhado.

Esteja presente, não só nas obrigações diárias, mas dando amor e carinho. Os laços serão criados, aos poucos você irá entender o quanto essa presença faz a diferença na formação da criança.

  • Caso de separação, como agir?

Se o relacionamento com sua parceira não deu certo e vocês optam pela separação, é importante tomar uma decisão: guarda unilateral ou compartilhada?

Cabe ressaltar que cada caso deve ser estudado em sua singularidade. Quem pode proporcionar o melhor para a criança? Criá-la, em sua maioria, com apenas um dos pais presentes é ideal?

Guarda compartilhada, em suma, é a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres igualmente distribuídos entre pai e da mãe, e, geralmente, classifica-se como o melhor modo de criação em casos de separação dos responsáveis.

Dessa forma, a criança será cuidada por ambos, não haverá sobrecarga de deveres, ou seja, é igualitário, ninguém fará menos ou mais. E, o mais importante, vocês proporcionarão, mesmo que de forma diferente, a existência dos laços da criança tanto com o pai quanto com a mãe.

Mas, se a melhor opção for a guarda unilateral, por que não assumi-la? Como já dissemos, cada caso tem sua singularidade, entretanto o importante é sempre assegurar à criança as melhores condições de vida.

Se você que é progenitor pode dar uma educação de qualidade, propiciar tudo para que ela viva com conforto e oferecer uma boa rede de apoio emocional e psicológico, por que não tomar para si a responsabilidade? É apenas uma questão de dialogar abertamente com a mãe para que decidam em conjunto o que é melhor para seu filho ou sua filha.

  • É pai, mas ainda tem os traumas e acredita que isso interfere na relação?

Cara, se você tem dificuldades em esquecer ou criar uma ligação, procure auxílio de alguma autoridade em traumas, um psicólogo, por exemplo. Esses profissionais te ajudarão a entender cada detalhe e vocês trabalharão em conjunto para superar.

Acha que não é tão grave, mas deseja se aprofundar no assunto para evitar que algum distanciamento aconteça? Existem muitos livros para te ajudar a refletir sobre. Você também pode pedir aconselhamento daquela pessoa que é o seu exemplo do que é ser um pai ou uma mãe, ela pode ter muita sabedoria para transmitir.

  • Evite ser tóxico

Existem familiares que são o epítome da toxicidade e que acabam confundindo a criança. Envolvido efetivamente ou não na criação, não tenha comportamentos controladores, machistas, não fale mal da mãe ou da pessoa que cuida dela, não faça jogos psicológicos. Masculinidade tóxica deve passar longe tanto da relação paterna quanto em outros tipos.

E aí, o que achou do assunto de hoje? Como dissemos antes, é difícil, mas é necessário. Nossa intenção é realmente te levar a refletir em cada um desses pontos, afinal, se estamos vivos ainda podemos melhorar!

Continue nos acompanhando aqui no Blog da Dona Coelha! Por aqui, estamos sempre abordando temas que envolvem relacionamentos, afetividade e – é claro – maneiras para se ter uma vida sexual mais divertida! Nos vemos nos próximos posts, fique ligado em nossas redes sociais para não perder nenhuma atualização!

2 comentários sobre “Abandono paterno no Brasil: mal disseminado por gerações

  1. Ozéias disse:

    Não são só os homens que são tóxicos, fica a dica!
    “Afinal tem frutas podres em todos os pomares”

  2. Amigo disse:

    Se existe algo a ser melhorado é mudar nos cadastros e até na mente de quem os preenche, colocar apenas o nome da mãe na filiação. Como entregamos a Carteira de Identidade dá de perceber os que tem a Paternidade reconhecida e mencionar, também, em formulários de cadastro. Já ouvi até em filas de votação uma mesaria dizer ao eleitor, a máxima “que mãe a gente sabe quem é” e deu risinho! Como ele não disse nada, ai eu ponderei que em contrapartida a mulher que não souber quem é o pai. Ela entendeu a colocação e fechou o “risinho” que deu! As autoridades tem é que fazer campanha abraçando a causa da maternidade e paternidade consciente. Todos tenham o direito, mais do que o Afeto, saber da Origem que tem: ninguém pode construir a própria história sem “um norte” do início dela!

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